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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

COJIRAS sugerem mudança nos currículos de Jornalismo

Em março de 2009, as COJIRAS se articularam, discutiram, aprovaram e encaminharam propostas para a Comissão do MEC que estava elaborando as diretrizes currículares para o curso de Comunicacao Social (Veja texto no link). O objetivo de contribuir para o processo de construção de novas diretrizes curriculares para a habilitação do jornalismo no Curso de Comunicação Social, considerou a necessidade de ampliação da democratização na sociedade brasileira e a demanda urgente quanto ao reconhecimneto da realidade do racismo no Brasil, e a implementação políticas públicas de reparação e compensação às vítimas do racismo histórico e do racismo institucionalizado nas diversas instâncias da sociedade.

Levando em conta essas duas perspectivas de luta,
o documento chamou atencão para a persistência de uma perspectiva elitista na formação do jornalista, no dia-a-dia da profissão, no conteúdo das suas produções, seja no rádio, na TV, nas revistas e nas novas mídias, com as faculdades formando profissionais de classe média, com perspectivas voltadas para os interesses da classe média, influenciada esta pelo consenso social historicamente construído pelas elites do país, e contribuindo para reforçar o que vem sendo propagado pelas mesmas de que o Brasil é uma sólida democracia, ainda que a maior democracia do hemisfério sul convivendo com graves problemas sociais.

As propostas referiram a conteúdos como linguagem; mercado de trabalho, possibilidades de atuação profissional (da atuação no meio empresarial à mídia comunitária e dos movimentos sociais), empreendedorismo na mídia, sucesso X sobrevivência na profissãol; formacão do professor e material didático, dentre outros. Experiências pioneiras levadas a cabo na Bahia pelo Grupo de Estudos Etnomídia e pelo Grupo Pensar Milton Santos, da FACOM/UFBa e pela FIB, em universidades no Rio de Janeiro e em São Paulo foram indicadas como referência.

A Comissão do MEC não endossou as propostas das Cojiras, mas absorveu algumas reflexões como a ‘glamourização’ do jornalista, explorada pela sociedade e pelos próprios jornalistas, como um obstáculo a ser superado, de modo que o aluno possa ter uma visão mais próxima dos dilemas, desafios e limitações da profissão e do profissional. O documento foi redigido pela COJIRA-DF (o relator foi André Nunes) e assinado pelas COJIRAS BA, AL, Rio, SP e pelo Núcleo de Jornalistas Afro-Brasileiros do Rio Grande do Sul.

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